Engenharia civil
DAVID HUME E O CONHECIMENTO
Leandro Laube* leandro@laube.pro.br
HUME, David. Investigação Acerca do Entendimento Humano. Trad. Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 2000. p 35-59 (Coleção “Os Pensadores”). PALAVRAS-CHAVE: Hume, conhecimento, experiência, percepções, impressões
David Hume (1711 a 1776) nasceu em Edimburgo, na Escócia, e tornou-se um dos nomes mais importantes do século XVIII, dividindo com o inglês John Locke (1632 a 1704) a defesa da experiência como única fonte possível à elaboração racional. Ambos, empiristas que foram, postulavam que toda ideia é sempre posterior à experiência sensível. Ou seja, o conhecimento parte das sensações e vai gradativamente gerando as ideias e até controlando a razão. Nesta breve introdução ao empirismo de David Hume, serão abordadas as seções II a IV do “Investigação Acerca do Entendimento Humano”, de 1748, a partir da tradução para a coleção “Os Pensadores”. Para Hume, as ideias têm origem na experiência vivida, de tal forma que estas não passam de cópias das percepções dos sentidos (aquilo que podemos entender como real). Assim, é a experiência que fornece os componentes necessários à elaboração do pensamento e das percepções do espírito1. Uma vez que os sentidos perceberam uma determinada nova experiência, esta passa a fazer parte do acervo de informações geradoras das ideias. Para Hume, então, não existem ideias que não tenham partido da experiência dos sentidos. Há, pois, que se destacar a diferença existente entre a "percepção do espírito" e a "percepção dos sentidos"2, já que a percepção do espírito não passa de uma cópia da percepção dos sentidos e, por melhor e mais rica em detalhes que possa se apresentar, jamais fará frente em "vigor e vivacidade" àquilo que os sentidos apresentam. Em outras palavras, as imagens e ideias que temos em nossa mente não passam de cópias daquilo que as sensações captaram.
* Graduado licenciado em Filosofia, especialista em História do Brasil. 1 De certa forma,