Engenharia Civil
A primeira das opções, pela especificidade e especialização nos domínios da História da Ciência e das Técnicas, é seguida por um número restrito de leitores. A segunda, no âmbito da cultura geral, sem perder a exigência do rigor histórico e a ligação com a Ciência, visa um público amplo e diversificado. O Autor escolheu esta via, motivado pela sua própria formação profissional.
O livro começa por distinguir entre Cultura e Civilização. Aquela, manifesta-se abrangendo os vários ramos do saber, da ciência, da técnica e das artes, exigindo esforço pessoal para a adquirir. A civilização liga-se às condições de vida material do mundo que nos rodeia, podendo cada um usufruir dos seus benefícios sem intervir na sua produção. Nascemos rodeados por uma civilização mas adquirimos cultura pelo esforço pessoal. Uma e outra interagem.
A partir dos engenhos e de saberes plurimilenários alcançados no decorrer do tempo, com antepassados nos mestres e construtores da Antiguidade, Idade Média e Engenheiros Militares da Idade Moderna, cuja actividade não se identifica com os Arquitectos actuais, nasceu a Engenharia. Por fim, ganhou identidade o perfil profissional do Engenheiro Civil, em consequência da Revolução Industrial e dos avanços científicos dos séc. XVIII e XIX.
Em Portugal, o Decreto Orgânico de 13 de Janeiro de 1837, referendado por Manuel de Silva Passos, transformou a Academia Real da Marinha e Comércio do Porto, em Academia Politécnica, visando, segundo aquele Ministro, a necessidade de plantar as ciências industriais, que diferem