Enfermeiro
A monitorização e a manutenção da temperatura corporal, mantendo um ambiente térmico neutro estável, devem ser uma das metas prioritárias da enfermagem responsável pela assistência ai recém-nascido. A hipotermia no RN prematuro é motivo de grande preocupação, sendo um fator de risco para pior prognóstico, aumentando a morbidade e a mortalidade neonatal. Assim, estratégias que previnam a perda de calor podem ter impacto na morbidade e mortalidade do RN, especialmente do pré-termo, e podem melhorar seu prognóstico.
DEFINIÇÃO
A temperatura corporal é o resultado do balanço entre os mecanismos de produção e de eliminação do calor. No RN, sobretudo no pré-termo, pode ocorrer desequilíbrio desses mecanismos, com aumento nas perdas e limitação na produção, conforme mostra o Quadro1.
Quadro 1- Desequilíbrio entre perda e produção de calor no RN pré-termo
Aumento da perda Diminuição da produção
• Maior área de superfície corporal.
• Epiderme não queratinizada.
• Mais água extracelular (mais evaporação)
• Maior quantidade de tecido subcutâneo.
• Menor capacidade de vasoconstrição cutânea.
• Baixa temperatura ambiental. • Menor estoque de gordura marron.
• Menor resposta termogênica por hipóxia, restrição do crescimento intrauterino e doenças.
• Menor mobilização de noradrenalina e ácidos graxos livres.
• Consumo de O² limitado por problemas pulmonares.
A capacidade de manter constante a temperatura corporal quando a temperatura ambiental varia (homeotermia) é limitada no RN, e o estresse do frio ocorre quando a perda de calor excede a capacidade de produção.
O controle térmico depende de idade gestacional e pós-natal, do peso de nascimento e das condições clínicas do RN. Quanto menor a idade gestacional e pós-natal e pior o estado clínico do RN pré-termo, maior será a necessidade de suporte térmico ambiental para mantê-lo normotérmico.
Os pacientes na UTI neonatal correm maior risco de instabilidade térmica