No final do século XX, a destruição dos mecanismos que vinculam as experiências pessoais às vivenciadas pelas gerações passadas, começou a ser percebida por historiadores, como por exemplo, Hobsbawn que, em a Era dos Extremos – o breve século XX (1914 – 1991) explicita a falta de vinculação da juventude (atual) com o passado. No caso brasileiro, alguns estudiosos vêm relatando que, notadamente na última década do século XX, a profunda recessão e o desemprego crescente contribuíram para ocasionar uma profunda crise no movimento sindical e a incorporação de um discurso de “concertação social”, ou seja, defende-se um sindicalismo de cariz neocorporativo, direcionado para o cumprimento de funções semelhantes às vigentes na era Vargas, com forte tendência a romper seus vínculos históricos com os movimentos sociais. Diante dessas perspectivas, propusemo-nos a analisar, historicamente, os sindicatos de enfermagem, de sua implantação aos dias atuais, através de investigação bibliográfica. Apesar da escassa produção científica referente à temática proposta, foi possível perceber que desde o surgimento dos primeiros sindicatos na área, existiam posicionamentos contraditórios entre as entidades representativas da categoria e as sub-categorias, havendo, inclusive, sindicato (dos Enfermeiros Terrestres) que fora criado atentando para a organização sindical imposta pelo Governo Vargas. Notamos, também, que a fragmentação da categoria continuou a ser incentivada no decorrer do regime militar e que a obtenção da carta sindical demorava vários anos. A Associação Profissional dos Enfermeiros do Estado da Guanabara – atual Estado do Rio de Janeiro – levou 6 anos para receber a Carta Sindical. No Estado de Goiás, houve uma demora de, aproximadamente, 4 anos. Foi possível perceber que, inicialmente, os enfermeiros acreditavam em transformações substanciais na esfera das relações de trabalho para a categoria. A vinculação dos enfermeiros a outros sindicatos e associações, todavia, tem