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Homem-an%FAncio.jpg No universo da literatura brasileira, as obras de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Sebastião Nunes chamam atenção por uma temática particular: a crítica aos mecanismos de atuação da publicidade e propaganda. Quem faz essa análise é o jornalista Marcos Fabrício Lopes da Silva, que acaba de defender a tese Mil e uma utilidades: a contribuição da literatura brasileira para a crítica da publicidade, defendida no mês passado na Faculdade de Letras.
“Os escritores dedicaram atenção especial a certos aspectos problemáticos dos hábitos comportamentais promovidos pela propaganda – em especial o fomento à felicidade eufórica, ao consumismo, ao fetichismo da mercadoria, ao individualismo e narcisismo, ao desempenho social exclusivamente materialista, à alienação, à coisificação do sujeito e à personificação do produto”, enumera o pesquisador.
Marcos Fabrício lembra que, além de homens da literatura, os três também eram, cada um em seu tempo, figuras de comunicação, com forte atuação em jornais (Machado e Drummond) e agências de publicidade (Nunes). Machado, em específico, critica em suas obras a base retórica que fundamenta a lógica do discurso da propaganda. O autor de Memórias póstumas de Brás Cubas aborda o discurso publicitário como fator de reificação e de preservação dos poderes estabelecidos.
“Machado aponta que o projeto de visibilidade articulado pela publicidade se sustenta só a partir da invisibilidade de outros posicionamentos que poderiam oferecer resistência ao direcionamento político e econômico dado pelos detentores dos meios de produção”, diz Marcos Fabrício.
Reificação O estudo aponta que Drummond, em seus textos, propõe uma descrição crítica dos aspectos físicos e psicológicos que cercam a atmosfera existencial e patrimonial do indivíduo afetado pelos apelos de consumo da publicidade. “O poeta salienta o achatamento subjetivo do cidadão, que, no embalo da publicidade, comporta-se