Endocardite
1 INTRODUÇÃO
A endocardite infecciosa (EI) ocorre pela colonização de bactérias presentes na corrente sanguínea, nas paredes ou válvulas cardíacas, geralmente danificadas por algum fator local. É uma infecção incomum, porém de tratamento necessário durante toda a vida. Apesar dos avanços nos diagnósticos, terapias antimicrobianas, técnicas cirúrgicas e manuseio das complicações, essa entidade apresenta alta morbidade e mortalidade (FREIRE; GREMPEL; PASSERI, 2007).
Ocorre em qualquer idade, predominantemente em indivíduos portadores de alterações cardíacas estruturais, atingindo o coração com determinadas anormalidades congênitas e/ou adquiridas. A ocorrência de bacteremia nestes indivíduos pode resultar na infecção do endotélio da região alterada, levando ao desenvolvimento da endocardite (MARTINS; ROCHA; BERTOLINI, 2006).
Vários microrganismos residentes na cavidade bucal, trato respiratório e geniturinário causam a maioria dos casos de endocardite infecciosa. Bactérias vivem em equilíbrio, com potencial agressor, podendo formar biofilmes ou colônias microscópicas mergulhadas abaixo da superfície de fibrina (PÁDUA; CARVALHO, 2004).
A cavidade bucal é um local com diversidades anatômicas e físico-químicas, proporcionando o crescimento de diferentes microrganismos que podem estar vinculados a doenças sistêmicas, entre elas a endocardite. Sabe-se que os estreptococos viridans são os agentes patógenos mais envolvidos com a endocardite em procedimentos odontológicos, sendo a profilaxia direcionada contra esses microrganismos (PÁDUA; CARVALHO, 2004).
A má higiene e a presença de patologias periodontais aumentam o índice de bacteremia por microbiota oral, em decorrência de atividades rotineiras como mastigação, escovação, uso de fio dental ou palito de dente, nas quais é impraticável a utilização de profilaxia antibiótica