Encontro marcado com a loucura
FUNDAMENTAL
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL
MESA REDONDA: Corpo, Identidade e Sofrimento Psíquico
O CORPO IDEAL EM TEMPOS ‘HIPERMODERNOS’: ‘MODERAÇÕES EM
EXCESSO
Autora: Maria de Fátima Vieira Severiano1
O presente trabalho se insere na linha de pesquisa sobre Subjetividades
Contemporâneas e Cultura de Consumo, em especial recolhe dados de um projeto de pesquisa intitulado
“As
vozes
corpo
idealizado
do
consumo:
paradoxos
da
hipermodernidade midiática” realizado no LAPSUS (Laboratório de Psicologia em
Subjetividade e Sociedade – Depto de Psicologia – UFC) com o objetivo de evidenciar as atuais formas de sofrimento psíquico e social potencializadas pela demanda midiática de um corpo “ideal”, a partir da investigação dos transtornos de bulimia, anorexia e vigorexia.
Pesquisas
anteriores
(2004/2005)
nos
apontaram
que
entre
os
objetos
paradigmáticos do consumo contemporâneo – celulares, carros, computadores, cartões de crédito etc. –, um outro “objeto” se destaca de forma especial, permeando e dando suporte a todos os demais: o corpo. Este, considerado por Baudrillard (1970) como “o mais belo objeto de consumo” é enquadrado, contemporaneamente, na lógica fetichista da mercadoria, à semelhança de qualquer outro objeto. Ainda mais agudamente que os demais objetos, “o corpo ideal” veiculado pela mídia contemporânea encarna uma promessa implícita de inclusão social, diferenciação, status, prazer, poder, amor, enfim, felicidade.
Os estudos sobre Cultura do consumo partem de alguns pressupostos:
1. A publicidade contemporânea – regida pela “lógica do mercado” – utiliza-se predominantemente da lógica da realização dos desejos, subordinando-a aos seus
1
Psicóloga; Professora Associada do Depto. de Psicologia da Universidade Federal do Ceará; Doutora em
Estudos Sociais Aplicados pela UNICAMP e Universidad Complutense de