Encenação do poder político
Parece ser rapidamente que o princípio do estabelecimento simbólico das diferenças se transforma num exercício psicológico do poder e da autoridade dos homens e mulheres que detêm o poder político. Isto vai não somente ser visível, mas é igualmente dramatizado com uma encenação através de uma simbologia estereotipada ou não.3
Em função das sociedades, da conjuntura histórica, estas encenações foram sempre destinadas a impressionar, evidenciar, mistificar, aterrorizar, ou simplesmente ridicularizar os espectadores.
A encenação pode assim ter uma função heurística, ilustrativa das diferentes responsabilidades do poder segundo o ponto de vista dos indivíduos, promover o ethos da pessoa pública ou, pelo contrário, desempenhar um papel de desinformação análogo ao da propaganda ao insistir sobre o pathos. Certas encenações poderão mesmo classificar-se no âmbito da pura propaganda do poder.
Esta preocupação de lidar com a aparência, com a ajuda de técnicas próximas do teatro e do espectáculo em geral, existe em numerosos domínios do poder, e em todas as formas de poder político.
Certas encenações, especialmente as "entradas" e "triunfos" (reais, imperiais, pontifícios, presidenciais) serão duradouras. Outras apenas modas passageiras. O surgimento de novas tecnologias (a gravura, a imprensa, a fotografia, o cinema, a televisão e mais recentemente, a Internet) modificaram o grau de controlo que as autoridades detinham sobre a sua própria imagem, oferecendo também novos meios de a encenarem.
A encenação do poder varia segundo a sua natureza e a imagem que o governante procure dar das suas relações com os