Encefalopatia Espongiforme Felina
A encefalopatia espongiforme felina é uma enfermidade neurodegenerativa, causada por um agente infeccioso chamado príon, e que causa alterações neuropatológicas em seu hospedeiro. Essa doença foi descrita em gatos pela primeira vez em 1990 por Wyatt, no Reino Unido, e também no Reino Unido foram descritos mais casos dessa doença, devido a alta incidência de encefalopatia espongiforme bovina. A doença acomete tanto gatos domésticos quanto gatos selvagens, como pumas, tigres, leões e gatos bravos dourados asiáticos. Não existe limitação quanto a raça e sexo do animal. Observou-se uma prevalência maior em animais com mais de 2 anos de idade, mas também foram observados casos em animais com menos de 2 anos de idade. O agente causador dessa doença, os príons são partículas proteináceas, aparentemente livres de ácido nucléico. São etiologicamente implicados em encefalopatias espongiformes transmissíveis, como o scrapie em ovinos e caprinos, e a encefalopatia espongiforme bovina ("Vaca louca"). Esse agente parece ser muito resistente à inativação por calor, pela exposição de agentes químicos e por irradiação. Aparentemente os príons derivam de uma glicoproteína ativa (Prusiner et al., 1999). Essa glicoproteína, chamada de PrPc, está associada à membrana celular de alguns tipos celulares, mas mais abundantemente em neurônios e linfócitos, isso provavelmente explica a preferência do príon por esses tecidos, seus sinais clínicos e complicações. Estruturalmente, a PrPc é composta majoritariamente por alfa-hélices, tendo em menos quantidade beta-lâminas. Quando essa glicoproteína normal é exposta à proteína príon anormal e infecciosa (chamada de PrPSc), ela altera sua conformação após a tradução para uma estrutura parecida com àquela da PrPSc, a qual as beta-lâminas predominam. Essas proteínas príons anormais possuem resistência a proteases, o que causa o seu acúmulo nos tecidos citados anteriormente, que resulta em vacuolização de