Encarte
A praia
Frevo por acaso nº2
Papeis, documentos; velhas normas de comportamento.
Na rotina de sol e cimento amanhecemos.
Velhas roupas e ressentimentos na rotina dos sonhos pequenos.
Cem cata-ventos; alegria criada ao relento.
Entre esquinas e esquecimentos eu vou sem culpa.
Vou sem culpa pela Via Dutra.
Vou sem culpa.
A praia
Ela me tirou de casa ela me levou na praia tinha um tempo que eu não ria cedo.
Era uma tarde mansa dia de euforia rasa tinha um tempo que eu não ia a praia.
E ela fez melhorar tudo que há e me levou até tudo que é.
(As canções de amor inventam o amor)
Camomila
Nada vai mudar em vão nada vai e ponto.
Todo desconforto, toda solidão.
- Nada vai mudar o são.
- disse o velho louco pro menino bobo cheio de ilusão
- nada vai mudar em vão; no tumulto todo um pequeno
[ponto na imensidão.
Só um pouco de paz pra levar, pro dia passar bem.
De passagem
Na onda leve da brisa do dia na onda longa do trem na brisa leve da vida do dia eu encontrei o meu bem.
Não era fogo nem alegoria não era fuga também não era medo da melancolia era o dia de bem.
O jeito dela levando meu tento iluminura no breu o mundo dela lançando doçura na amargura do meu.
A calma dela mudando meu rumo as curvas dela também na estação do acaso eu encontrei o meu bem.
O bobo
Eu vou lá pra ver o meu amor chegar e toda alegria descer da varanda.
Eu vou lá pra ver a minha dor passar longe de quando a menina balança.
Eu vou lá pro dia desanuviar lá vem lá vem lá vem a paz.
Eu vou lá pra ver o meu amor dançar toda bonita; exibida esperança.
Eu vou lá pro dia desanuviar lá vem lá vem lá vem o caminhão de gás!
Soneto de Santa Cruz
Há um descompasso no tempo no asfalto e no peso do passo o acaso perdendo terreno a alegria faltando pedaço
O ar virando veneno o sol virando carrasco há um descompasso no tempo há um descompasso no espaço
Choveu o dia inteiro lá em casa não teve som de obra não teve sol na sala
Choveu o dia inteiro lá em casa não teve pipoqueiro nem tristeza tava