Emílio ou da Educação
www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/seminariolivro1b.htm
SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO I DO "EMÍLIO OU DA EDUCAÇÃO" DE J. J. ROUSSEAU
ALUNO: CLODOMIRO JOSÉ BANNWART JÚNIOR - R.A. 003785
E-MAIL: bannwart@onda.com.br
TEXTO APRESENTADO À DISCIPLINA - HF 740 A - "TÓPICOS ESPECIAIS DE FILOSOFIA
POLÍTICA", SOB ORIENTAÇÃO DO PROF. DR. JOSÉ OSCAR DE ALMEIDA MARQUES.
INTRODUÇÃO:
A par da antítese entre natureza e civilização, Rousseau desenvolve alguns temas importantes para a compreensão do seu pensamento. A primazia da liberdade enquanto fundamento da moral; o privilégio do sentimento sobre a razão; e temas relacionados à bondade natural do homem e o contrato social, colocam
Rousseau na linha de pensamento iniciado pelo humanismo renascentista e pela reforma protestante.
Duramente criticado pelos interpretes por ajuizarem em seu pensamento o desejo de retorno à animalidade,
Rousseau não pretendeu senão exaltar a mais profunda humanidade que acreditava existir no homem natural em comparação ao civilizado. A natureza constitui, a exemplo dos contemporâneos enciclopedistas, ponto central na teoria rousseniana. Porém assume posição oposta a concepção dos enciclopedistas, para quem a natureza era concebida como matéria e movimento mecânico, inteiramente exterior ao sujeito humano. Para
Rousseau, ao contrário, a natureza está ligada a cada ser humano como íntimo sentimento de vida. Um sentimento que não pode ser separado do sentimento de interioridade pessoal. Assim, o sentimento é compreendido como faculdade que constitui o verdadeiro caminho para a penetração na essência da interioridade. Alcançar a interioridade pelo sentimento é alcançar a abertura para a compreensão de toda a natureza. Rousseau promove um deslocamento do centro de reflexão filosófica, se comparado aos seus contemporâneos. Já não é mais a razão e sim o sentimento, o verdadeiro instrumento de conhecimento. E não é o mundo exterior e sim o mundo humano o objeto de reflexão.