Emílio ou da educação,livro iii -autor:rousseau
O excedente da força manifesta-se na curiosidade, o móvel desta idade. É preciso distinguir a curiosidade natural, provinda dos nossos sentidos, do mundo, dos fatos, que desenvolverá a razão e o juízo, da curiosidade provinda das opiniões e preconceitos.
A instrução do espírito só deve ocorrer se houver a curiosidade, é preferível que a criança não saiba nada que o faça sem vontade. O mestre deve acostumar a criança a ser atenta e se impressionar com as verdades sensíveis, para isso deve colocar problemas que a deixe ansiosa e inquieta e a faça pensar. Tendo a curiosidade ocupada com problemas, a criança se acostuma a tirar de si os instrumentos necessários a solução do problema
Todo conhecimento deve vir da experiência. Os instrumentos que possibilitam o conhecimento, também, nunca devem vir antes que a experiência. Esta deve ser o motivo para a invenção daqueles. Inventando e construindo seus instrumentos, a criança concilia o trabalho do espírito com o trabalho manual. Os laboratórios devem ser evitados, pois a criança, neles, presta mais atenção ao instrumento que à própria experiência. Além disso instrumentos muito engenhosos, que não são construídos a partir da experiência, tornam nossos sentidos inábeis, tornamo-nos preguiçosos.
Com o desenvolvimento da inteligência a criança irá prever as necessidades antes de senti-las. Os objetos úteis são aqueles