Empresa familiar
EMPRESA FAMILIAR X COMPETITIVIDADE:
TENDÊNCIAS E RACIONALIDADES EM CONFLITO
Denize Grzybovski1 João Carlos Tedesco2
SINOPSE
Este trabalho tem por objetivo tratar da polêmica conceitual existente em torno da empresa familiar e da sua relevância econômica, defendendo, ao mesmo tempo, a sua permanência, porém redefinida em função da racionalidade moderna de administrar. Busca-se traçar, através da pesquisa de campo em andamento na cidade de Passo Fundo, o formato organizacional-comportamental das empresas familiares existentes e identificar as dificuldades frente aos processos econômicos globais atuais. Fica evidenciado, em linhas gerais, que os esforços dispendidos pelos fundadores para a continuidade do empreendimento nem sempre são compreendidos. Os mitos existentes em torno desse tipo de empresa são impressionistas e não retratam a realidade. Dessa forma, procurou-se mostrar que a empresa familiar tem condições – estruturais e comportamentais – de adaptar-se aos processos econômicos globais. Palavras-chave: empresa familiar, racionalidade moderna, competitividade.
1 INTRODUÇÃO
Neste artigo, pretende-se discutir aspectos que caracterizam e que envolvem a empresa familiar, através de um esboço analítico e conceitual, a fim de esclarecer a expressão comumente utilizada para caracterizar empresas iniciadas por pessoas com espírito empreendedor, que trabalham amparadas por membros de sua própria família e que não são necessariamente familiares. Assim, considera-se, neste, empresa familiar como sendo aquela organização empresarial que tem sua origem e sua história vinculadas a uma mesma família há pelo menos duas gerações, ou aquela que mantém membros da família na administração dos negócios, ou seja, empresa que é controlada e/ou administrada por membros de uma família. Não se incluem nessas aquelas em que a família apenas investe o dinheiro (simples investidor) e aquelas em que o fundador não tem herdeiros (Lodi, 1993).
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Administradora e