Empreendedorismo
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"O século 19 foi o século dos impérios. O século 20, o dos estados-nações. Mas o século 21 será o século das cidades.” O autor dessa máxima, traduzida em vários idiomas, é o americano Wellington Webb, que governou a cidade de Denver, no Colorado, nos Estados Unidos, entre 1991 e 2003.
Webb foi uma espécie de prefeito-trator. Por três mandatos consecutivos supervisionou cerca de 7 bilhões de dólares em investimentos na infraestrutura local, cifra invejável para uma cidade de apenas 600 000 habitantes. Em parceria com a iniciativa privada, modernizou o aeroporto, reformou o centro de convenções e reurbanizou a área central, repaginando prédios históricos para receber escritórios, lojas, bares e restaurantes.
Com o choque de obras, Denver se tornou referência de cidade moderna e polo de criação de empregos. No Brasil, onde a gestão municipal é a face menos preparada da administração pública, o exemplo de Denver pode parecer um fato isolado. Mas não é o caso. Webb representa uma nova geração de prefeitos que, acompanhados de investidores, empresas e acadêmicos, entendem que as cidades têm um novo papel e miram uma única meta: planejar o inevitável crescimento urbano para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Segundo o mais recente relatório das Nações Unidas sobre crescimento urbano, 2008 foi um marco na história. Foi quando, pela primeira vez, mais de metade da população do mundo passou a viver nas cidades. Hoje, são 3,5 bilhões de pessoas. Em 2030, o contingente chegará a 4,9 bilhões.
Com essa concentração ímpar de gente, as sociedades urbanas do século 21 vão ditar a geração de conhecimento, o uso dos recursos naturais e o desenvolvimento econômico global. Há outra mudança. A força motriz dessa transformação serão os países emergentes, não os desenvolvidos. Em 20 anos, as cidades da América Latina, da África e da Ásia reunirão 80% da população urbana.
Revista Exame, março de 2011.
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