Empreendedorismo: uma perspectiva schumpteriana
Apesar de Cantillon ter sido o primeiro a definir as funções do empreendedor, o primeiro a estabelecer os fundamentos do campo de estudo do empreendedorismo foi o economista francês Jean-Baptiste Say (FILION, 1999; LYNSKEY, 2002). Diferentemente de Cantillon, Say (1983) não considerava os riscos ou a incerteza como o aspecto central da função do empreendedor, mas sim o papel de coordenação da produção e da distribuição, com o objetivo de alcançar o máximo de lucro e de vendas. Além disso, Say associou o empreendedor a alguém que inova e é agente de mudanças.
O alicerce para o campo do empreendedorismo, entretanto, foi estabelecido a partir dos estudos realizados pelo economista da escola austríaca Joseph Alois Schumpeter (1982). De acordo com esse autor, os empreendedores não constituem uma pessoa física ou uma classe social, como, por exemplo, os proprietários de terra, os capitalistas ou os trabalhadores. Assim como Say, Schumpeter (1982) considera que os empreendedores têm a função de inovar, ou seja, de combinar de forma mais eficiente os fatores de produção. A inovação está associada ao processo de criar um produto comercial a partir de uma invenção.
Na primeira fase dos estudos de Schumpeter (1982), caracterizada por um contexto de capitalismo concorrencial, o autor defendia que as inovações ocorrem primordialmente em empresas novas que geralmente começam a produzir em paralelo às