Empirismo de Lock e Hume
Marlon Vaz dos Santos2
RESUMO
Percebemos no século XVI a tentativa de rompimento das idéias filosóficas do período medieval, principalmente com o surgimento do Racionalismo. Tal corrente surge para contrapor as bases do pensamento patrístico imposto pela igreja católica e o empírico que também ganhara força. Criando na época um clima de instabilidade em relação a tudo e qualquer forma de conhecimento da verdade, fazendo com que surgisse uma atmosfera cética. Dito isto, o presente artigo visa expor e nortear através de métodos explicativos e descritivos o início do empirismo moderno com John Locke e focando no pensamento também empírico de David Hume com a abordagem dos milagres para a confirmação da corrente filosófica em questão.
PALAVRAS-CHAVE: Empirismo, David Hume, Ceticismo.
1. O DESPERTAR DO EMPIRISMO
Pensador inglês, John Locke (1632-1704) apresenta pela primeira vez na modernidade o termo: Empirismo, sendo assim, considerado “Pai” da corrente filosófica empírica. O filosofo em questão neste ensaio, acreditava que o “Ser” ao nascer seria como uma “tabula rasa”, desprovido de qualquer conhecimento inato, e que toda e qualquer tentativa de conhecer surge devido às experiências que temos com o meio em que vivemos e os objetos que acessamos. Assim Locke afirma:
A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato. Consiste numa opinião estabelecida entre alguns homens que o entendimento comporta certos princípios inatos, certas noções primarias, koinaì énoiai, caracteres, os quais estariam estampados na mente do homem cuja alma os recebera em seu ser primordial e os transporta consigo ao mundo. (LOCKE, 1978, p.37).
Logo, Locke introduz pela primeira vez o conceito de conhecimento empírico na modernidade, contrapondo o pensamento racionalista que afirmava que teríamos algo inato ao nascermos (relacionado ao conhecimento, ao agir e saber