Emparedados
Dos livros que li esse ano, poucos foram ruins. A maioria rendeu uma leitura agradável, e alguns foram sensacionais. A Esperança está entre os últimos. Eu não sabia bem o que esperar da leitura do último volume da trilogia de Jogos Vorazes, eu apenas sabia que não ia ser um livro feliz. Pelo caminho que a estória seguia e pelas opiniões de algumas pessoas que leram o livro antes de mim, eu fazia alguma ideia do que poderia encontrar pela frente. Batalhas, mortes, sofrimento. Mas a mínima ideia que eu fazia não se comparava a real experiência de ler A Esperança.
Depois de dois livros, a escrita de Suzanne Collins continua genial e surpreendente. Esse último livro tem realmente cara de fim, portanto não sobra muito espaço para enrolação. A estória desde o inicio mantém um ritmo envolvente e que prende o leitor. Katniss está agora no Distrito 13, longe das mãos do Presidente Snow, mas nem por isso ela sente que está a salvo. As questões políticas que envolvem a protagonista são tão reais que é impossível distinguir entre os lados quem é o bom e quem é o mau. A sensação, desde o inicio da leitura é que um não é assim tão diferente do outro; o que os difere é apenas o lugar que ocupam na guerra.
Katniss continua arredia e rebelde, sua preocupação continua a mesma do primeiro livro: sobreviver e manter as pessoas que ela ama a salvo. O lugar que Katniss ocupa na revolução nada tem do símbolo que os rebeldes querem mostrar, ela continua jogando para um único lado, o dela própria.
Senti falta de batalhas, me acostumei com o ritmo desenfreado dos jogos dos dois primeiros livros, então acabei achando que, para um livro que retrata uma guerra, A Esperança tem pouca ação. Ainda assim, cada momento do livro é tão real que durante a leitura é fácil sentir as bombas caindo sobre a sua cabeça no distrito oito ou os bestantes te perseguindo na Capital.
A mente doentia de Collins mais uma vez me surpreendeu, sua capacidade de machucar o leitor não tem