Emissão de CO2
O cimento Portland é composto basicamente por argila e calcário, substâncias que, quando fundidas no forno em alta temperatura, se transformam em pequenas bolotas chamadas de clínquer. Esses grãos de clínquer são moídos com gipsita (matéria-prima do gesso) até virarem pó. Estima-se que para cada tonelada de clínquer são emitidos entre 800 e 1.000 quilos de CO2, incluindo o CO2 gerado pela decomposição do calcário e pela queima do combustível fóssil (de 60 a 130 quilos por tonelada de clínquer).
No caso do CPIII esse material é usado em menor quantidade, ele é misturado com escórias siderúrgicas (pequenos detritos resultantes do processo da fusão de metais). Opção que barateia o preço, dando uma maior durabilidade para o produto e ainda ajuda o meio ambiente.
A adição da escória no processo de fabricação do cimento representa uma redução de 2,5% na emissão de gás carbônico. Esses números se tornam significativos quando colocados diante da produção anual de cimento no Brasil, que ano passado foi de 50 milhões de toneladas.
O CPIII pode ser utilizado na maioria das construções, em quase todas as necessidades da obra (assentamento de alvenaria, argamassa, contrapiso, etc.) o que o difere dos outros cimentos é o tempo de cura e resistência.
Técnica de Redução de CO2
Em uma Universidade de São Paulo foi criado um novo método onde pode dobrar a produção de cimento sem aumentar a emissão de gás carbônico (CO2). O método consiste basicamente em aumentar a proporção de filler na fórmula do cimento Portland, adicionando dispersantes orgânicos que afastam as partículas do material e possibilitam menor uso de água na mistura com o clínquer. O filler é uma matéria-prima à base de pó de calcário que dispensa tratamento técnico (calcinação), processo que na fabricação do cimento é responsável por mais de 80% do consumo energético e 90% das emissões de CO2.
Segundo Bruno Damineli,