Emile d.
Nas sociedades primitivas, segundo o autor a consciência coletiva está mais presente nos indivíduos que a própria consciência individual, sendo assim é a sociedade quem determina o destino das pessoas gerando o que o autor denomina solidariedade mecânica, pela qual os indivíduos se sentem parte da sociedade cumprindo um papel pre-determinado, ou seja mecanicamente a sociedade conduz o indivíduo a assumir o seu papel. Como neste tipo de sociedade a consciência individual possui pouco espaço o indivíduo não tem possibilidade de escolhas sobre o próprio destino.
Nas sociedades modernas a consciência coletiva cede espaço para a consciência individual sem deixar de existir. Os indivíduos continuam tendo duas consciências, a coletiva e a individual, entretanto, a consciência individual se sobressai, sendo assim os indivíduos escolhem seu próprio destino que não é determinado de forma mecânica pela sociedade. Este processo gera o que o autor chama solidariedade orgânica, onde o indivíduo se sente parte da sociedade por cumprir o seu papel escolhido por si mesmo.
Nesse sentido, o papel da divisão social do trabalho é possibilitar a integração do indivíduo a sociedade de forma orgânica. A especialização permite um acréscimo das possibilidades de escolhas individuais e cada pessoa, mesmo escolhendo seu destino, mantem-se como integrante do todo. (