Embalagens Inteligente
Pesquisadores da USP criam películas para acondicionamento de alimentos que podem identificar se o produto está estragado e que permitem conservá-lo durante mais tempo nas prateleiras dos supermercados. Por: Fernanda Távora
Publicado em 03/03/2014 | Atualizado em 13/03/2014
Saber se um alimento está impróprio para o consumo não depende apenas da data de validade impressa no pacote. Muitas vezes, o tempo de prateleira pode ser mais curto do que o esperado, devido a possíveis fissuras na embalagem que permitam a entrada de microrganismos. Para evitar qualquer dúvida nesse sentido, pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
(USP) desenvolveram uma embalagem que muda de cor para indicar o estado de conservação de um alimento. rata-se de uma película, parecida com um filme plástico de embalagens, feita à base de fécula de mandioca, matéria-prima orgânica, renovável e biodegradável. Segundo a pesquisadora responsável pelo estudo, a engenheira de alimentos Carmen Tadini, do Departamento de Engenharia Química da
USP, a escolha deve-se ao fato de a mandioca ser abundante no país e conter amido, já empregado na fabricação de películas biodegradáveis em pesquisas anteriores. “No caso do Brasil, utilizar essa matéria-prima é uma oportunidade de mercado interessante para os agricultores”, aponta.
A película recebe ainda um pigmento retirado da casca da uva chamado antocianina, que é responsável pela variação da cor da embalagem quando o produto está se deteriorando. O pigmento faz a embalagem mudar de coloração à medida que o pH (grau de acidez) do alimento se altera, devido à sua decomposição. “Em estado natural, a antocianina está associada ao processo de amadurecimento de frutas e vegetais de cor roxa ou avermelhada”, explica Tadini. “Quando amadurecidos, os frutos também sofrem uma variação no pH e o pigmento entra em ação, alterando a cor.”
A embalagem, originalmente em tom avermelhado (à direita),