Emancipação politica de alagoas
Por Márcia Vasconcellos de Lima e Silva
04/09/2007
Considero importante começar este trabalho, apontando para uma diferença fundamental: a que existe entre ouvir e escutar. Tal diferença, sutil muitas vezes, chegando a passar despercebida na maioria dos casos, é bastante relevante. Vejamos.
Ouvir está mais ligado aos sentidos da audição, ao próprio ouvido. "Entender, perceber pelo sentido do ouvido" (Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - grifos nossos). Embora também possua os significados de "(...) escutar o discurso, as razões, os conselhos, etc" (Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - grifos nossos). Porém, aqui, já entra a função do termo escutar.
Escutar, por sua vez, significa "(...) prestar atenção para ouvir; dar atenção a; ouvir, sentir, perceber..." (Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - grifos nossos). Ou ainda: "tornar-se ou estar atento para ouvir; dar ouvidos a; aplicar o ouvido com atenção para perceber ou ouvir..." (Novo Aurélio - grifos nossos).
Percebe-se, então, que o ouvir é mais superficial do que o escutar. Para escutar, faz-se necessária a utilização de uma função específica, a saber, a da atenção. Requer, assim, ouvidos mais apurados, atentos ao que o outro fala... Escutar implica em ouvir, contudo a recíproca não é verdadeira. Quem escuta, ouve; mas quem ouve não necessariamente escuta. Daí o dito popular: "entrou por um ouvido e saiu pelo outro".
E a escuta? Escuta refere-se ao "(...) ato de escutar; lugar onde se escuta; pessoa que escuta; pessoa encarregada de escutar as conversas dos outros..." (Novo Aurélio - grifos nossos). Assim, pode-se dizer que a escuta retém o discurso do outro.
Posto isto, fica claro que ao analista cabe escutar, não simplesmente ouvir. Este trabalho destina-se a estudar a escuta analítica.
AS RECOMENDAÇÕES FREUDIANAS
Freud, em 1912, escreve o artigo Recomendações aos Médicos que praticam a