emancipação feminina
Luta pela emancipação atravessa séculos
“Venha, venha o voto feminino; eu o desejo, não somente porque é ideia de publicistas notáveis, mas porque é um elemento estético nas eleições, onde não há estética”. A frase é do escritor Machado de Assis, que assistiu à libertação dos escravos, à queda do Império e à proclamação da República, mas morreu sem ver o voto feminino, o que ocorreu décadas depois. Neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, Nordeste VinteUm aborda o voto feminino como marco para a emancipação da mulher. Essa é só uma das vertentes da luta pela emancipação feminina no Brasil, ou pela conquista de direitos que as reconheçam como cidadãs de primeira classe como os homens.
Por Barros Alves
Ainda no tempo do Império, por volta do ano de 1877, o romancista Machado de Assis defendia que as mulheres ganhassem o direito de ir às urnas, mas seriam necessários longos 55 anos até que as brasileiras fossem finalmente autorizadas a votar. A permissão foi dada por Getúlio Vargas em um decreto de 1932. O texto definia que o eleitor era “o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo”. Em 2012, o direito de voto das brasileiras completa 80 anos. O Senado Federal não deixou a data passar em brancas nuvens e instalou uma exposição com fotos, jornais, títulos eleitorais e outros documentos históricos que contam essa conquista.
A abertura do evento ocorreu no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Com efeito, a luta pela emancipação da mulher foi longa e começou no exterior. No final do século 18, a França assistia às primeiras defesas públicas do voto da mulher. Viviam-se os ventos libertadores da Revolução Francesa. A ideia ganharia adeptos em outros países.
John Stuart Mill, economista e deputado na Câmara dos Comuns, argumentava não existir equívoco maior do que a submissão das mulheres aos homens. Em 1869, no livro “A Sujeição das Mulheres”, pedia que