Emancipa O Politica Do Brasil
A
descoberta
e
a
exploração
das
colônias
européias
na
América
relacionam-se, de um lado, com a formação do Estado Moderno, centralizado e absoluto, e, de outro, com o desenvolvimento de uma poderosa classe de mercadores e armadores que se associaram à Coroa nos empreendimentos marítimos e colonizadores. A empresa colonial refletiu essa aliança. A Coroa estava interessada na expansão dos seus domínios e no usufruto das rendas coloniais. Não contava, no entanto, com os recursos materiais e humanos para lançar-se a essa obra sozinha. Por isso, recorreu aos mercadores e aos banqueiros que, dessa forma, se associaram à colonização. Estes, por sua vez, necessitavam do apoio da Coroa para assegurar o controle dos mercados, condição essencial de acumulação do capital. O caráter restrito do mercado – tanto internacional quanto colonial – nos primeiros séculos depois da descoberta e os riscos do comércio transatlântico tornavam imperativa a criação de um regime de monopólios e privilégios que limitasse a concorrência e assegurasse os lucros tanto dos mercadores quanto da Coroa.
Em
conseqüência,
os
domínios
de
além-mar
foram
impedidos
de
comerciar livremente, obrigando-se a exportar seus produtos através da metrópole, de onde importavam as manufaturas cuja fabricação era proibida nas colônias.
O sistema colonial montado segundo a lógica do capitalismo comercial e em razão dos interesses do Estado absolutista entrou em crise quando a expansão dos mercados, o desenvolvimento crescente do capital industrial e a
crise do Estado absolutista tornaram inoperantes os mecanismos restritivos de comércio e de produção.
O extraordinário aumento da produção proporcionado pela mecanização era pouco compatível com a persistência de mercados fechados e de áreas enclausuradas pelos monopólios e privilégios. Preconizava a adoção de um regime de livre-concorrência e afirmava a superioridade do trabalho livre sobre o escravo. Proscrito pela prática