Em A Universidade No S Culo XXI
Na primeira parte de sua obra, Boaventura assevera que a culpa – se é que realmente existem culpados concretos – da perda da prioridade da universidade pública nas políticas públicas do Estado foi ocasionada pelo modelo neoliberal de economia que, ao invés de induzir ao investimento de políticas que sanassem as debilidades institucionais identificadas, realizou ações avessas a esse propósito ao tempo que tomaram por base essas debilidades como justificativas de uma abertura generalizada do bem público universitário à exploração comercial, criando assim, uma era de mercadorização universitária apoiada pelo Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, transformando os estudantes de cidadãos em consumidores através da eliminação da gratuidade do ensino universitário e a substituição de bolsas de estudo por empréstimos.
O autor comenta que a liberdade acadêmica configura como um obstáculo à tentativa de “empresalizar” a universidade e critica a opinião do Banco Central em relação ao inexorável declínio do poder docente nas salas de aula frente à generalização do uso de tecnologias que promovam o ensino de forma on line. Sob a égide do GATS (Acordo Geral sobre