Em A Sociologia Do Corpo

Em A Sociologia do Corpo, o antropólogo e sociólogo, David Le Breton elabora métodos de compreensão do processo de corporeidade analisando-o como um fenômeno social e cultural, motivo simbólico, objeto de representações e imaginários. A sociologia do corpo dedica-se ao estudo de todos os fatos que envolvem a corporeidade humana, sejam eles sociais ou culturais. O corpo representa um vasto campo de estudo para a sociologia. É através do corpo que o ser humano expressa suas ações e dá existência as mesmas, e é a partir do corpo que a relação do ser humano com o mundo é construída.
O homem é o resultado da construção e unificação de fatos sociais e culturais. O corpo não está isolado do mundo, este vive em correspondência com o que o cerca e interfere em sua corporeidade. Antes de individual e coletiva, a existência é corporal.
No quarto capítulo de seu livro, Le Breton visualiza a corporeidade como o centro de temáticas específicas da sociologia do corpo. Os principais campos retratados na obra foram: as técnicas do corpo, a expressão dos sentimentos, a gestualidade, as regras de etiqueta, as técnicas de tratamento, as percepções sensoriais, as marcas na pele ou na própria carne e a má conduta corporal.
O capítulo nos explica cada campo através de ações do nosso cotidiano. Marcel Mauss, também antropólogo e sociólogo, é constantemente citado no decorrer do livro. Mauss é considerado o pioneiro nesta área da sociologia entre seus estudos destaca-se alguns gestos que são incorporados por diferentes sociedades e gerações.
I- As técnicas do corpo
Mauss classifica técnica como um ato tradicional e eficaz, podendo ser essa eficácia prática ou simbólica. Le Breton diz que “Mauss observa que a tecnicidade não é monopólio único da relação do homem com a ferramenta, antes disso há, de certa forma, outro instrumento fundador.”, ou seja, a construção do comportamento do homem é transmitida e remodelada de geração em geração. Mauss propõe uma classificação das técnicas do