Elocução
A elocução (léxis, elocutio) é a terceira parte da Retórica Aristotélica. Trata da língua e do estilo. Em sentido técnico, é a redação do discurso.
Uma vez encontrados e repartidos os argumentos maciçamente nas partes do discurso precisam ser traduzidos em palavras, ou seja, é a função dessa terceira parte da techne rethorike, que se chama lexis ou elocutio, à qual costumamos abusivamente reduzir a retórica, em razão do interesse dos modernos pelas figuras de retórica, parte da elocução.
A elocução, com efeito, desde a origem da retórica, evoluiu muito. Ausente da classificação de Córax, surgiu quando Górgias quis aplicar à prosa critérios estéticos.
A elocução é, o ponto em que a retórica encontra a literatura. Todavia, antes de ser uma questão de estilo, diz respeito à língua como tal. Para os antigos, o primeiro problema da elocução é o da correção lingüística
Essas regras referem-se à organização e à capacidade comunicativas do discurso. Sobre esse aspecto, Aristóteles afirma que, se o discurso da prosa não comunicar algo com clareza, não atingirá seu objetivo. Para ele, tal discurso não deve ser nem rasteiro, nem acima do seu valor, mas sim, adequado.
A retórica foi a primeira prosa literária e durante muito tempo permaneceu como a única; por isso, precisou distinguir-se da poesia e encontrar suas próprias normas.Afinal, um discurso poético pode ser perfeitamente convincente. Só que a poesia grega utilizava língua arcaizante, bastante esotérica, e seus ritmos a aproximavam muito do canto. Portanto, era preciso recorrer à prosa, mas uma prosa digna de rivalizar com a poesia.
As regras na prosa oratória dizem respeito à escolha das palavras e à construção de frases, o que faz um discurso ser ao mesmo tempo correto e bonito. Para que fosse distinguida a prosa oratória da poesia e da prosa vulgar, era preciso fazer uma seleção adequada das palavras. Evitavam- -se tanto