Elite
A elite que ocupa os postos de comando pode ser considerada como constituída de possuidores do poder, da riqueza e da celebridade. Estes podem ser considerados como membros do estrato superior de uma sociedade capitalista. Podem também ser definidos em termos de critérios psicológicos e morais, como certos tipos de indivíduos selecionados. Assim definida, a elite, muito simplesmente, é constituída de pessoas de caráter e energia superiores.
O humanista, por exemplo, pode conceber a "elite" não como um nível ou categoria social, mas como um grupo disperso de pessoas que procuram transcender-se, e portanto são mais nobres, mais eficientes, feitas de melhor estofo. Não importa que sejam ricas ou pobres, que tenham altas posições ou não, que sejam aclamadas ou desprezadas — são a elite por serem como são. O resto da população é a massa, que, segundo esse conceito, apaticamente mergulha numa mediocridade desconfortável.1
É esse tipo de conceito socialmente não localizado que alguns autores americanos, com tendências conservadoras, procuraram desenvolver recentemente.2 Mas a maioria dos conceitos morais e psicológicos de elite é muito menos sofisticada, ocupando-se não de indivíduos, mas do estrato como um todo. Essas idéias, na verdade, surgem sempre numa sociedade em que alguns possuem mais do que outros. As pessoas com vantagens relutam em se considerarem apenas pessoas com vantagens. Chegam a definir-se prontamente como intrinsecamente dignas daquilo que possuem; chegam a acreditar-se como constituindo "naturalmente" uma elite; e na verdade consideram seus bens e seus privilégios como extensões naturais de seu ser de elite. Nesse sentido, a idéia de elite como composta de homens e mulheres com um caráter moral mais apurado é uma ideologia da elite em sua condição de camada dominante privilegiada, e isso é válido tanto