elisee reclus
Reclus e a
Geografia do Novo Mundo
6 a 10 de dezembro de 2011
Laboratório de Geografia Política
Departamento de Geografia - Universidade de São Paulo
São Paulo – Brasil
Elisée Reclus e a Geografia da Barbárie
Francisco Alambert
Professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo.
No paralelogramo de forças constituído pela natureza e pela nação, a diagonal é a guerra.
Walter Benjamin, fascismo alemão”.
“Teorias
do
Elisée Reclus é uma das mais fascinantes personalidades intelectuais da segunda metade do século XIX. Para muitos, esse anarquista de formação protestante, companheiro de Bakunin e
Kropotkin, opositor de Marx e Engels na Primeira Internacional (ele que, entretanto, acreditava ser necessário incorporar a crítica “dialética” ao estudo da geografia), é o fundador da chamada “geografia social”, como se costuma dizer1. Bem mais “exaltado” que seu contemporâneo Charles Expilly (de quem tomou idéias, como veremos, sobretudo em relação ao Brasil e às demais nações latinoamericanas), foi mais de uma vez exilado da França. Desde dos anos de 1850 envolveu-se em todas as revoltas e manifestações importantes, principalmente no período da Comuna de Paris, após a qual
1
Apud COLE, G.D.H. Historia del pensamiento socialista; marxismo y anarquismo, 1850-1890. México/Buenos Aires,
Fondo de Cultura Económica, v.2, 1956.
1
acabou preso e exilado por décadas. Sua prisão ocasionou um grande movimento envolvendo militantes operários e intelectuais a favor de sua libertação e pela comutação de suas penas.
Seu caminho até chegar à América Latina começou antes da Comuna, e foi decisivo para a formação de suas idéias e seu radicalismo político. Após o golpe de Luís Napoleão, em 1851, contra o qual engajara-se, refugiou-se na Inglaterra; fixou-se por um tempo na Irlanda e daí, acompanhando o processo migratório, chegou aos Estados Unidos. Na América do Norte, viajou pelos estados