elementos geneticos
Demerson A. Sanglard1, João Victor S. Ferreira2 e Luana Camilla C. Braz3
O termo transposon ou elemento genético móvel refere-se a um conjunto de segmentos lineares de DNA, que são capazes de mudar de posição dentro do genoma, independentemente de homologia entre a região genômica onde encontram-se inseridos e o local ao qual se destinam.
Vários tipos de elementos de transposição já foram identificados em vários genomas. Juntos, esses elementos podem representar até cerca de 10% do DNA genômico total. Os transposons variam em tamanho, de poucas centenas a milhares de pares de bases. Geralmente, eles estão presentes em muitas cópias por célula e essas cópias estão espalhadas por todo o genoma, ou seja, distribuídos nos cromossomos que compõem o cariótipo de uma espécie. Dessa forma, infere-se que eles são um dos tipos de seqüências de DNA repetitivo. O número de cópias varia muito, de algumas poucas repetições por genoma até centenas dessas, dependendo do elemento.
Os transposons podem ser reconhecidos por seqüências de DNA relativamente curtas nas suas extremidades, que são iguais entre si, mas estão em orientação invertida, denominadas de repetições terminais. A transposição é realizada por uma enzima chamada transposase, a qual, na maioria dos casos é codificada pelo próprio transposon (Figura 1).
Transposons capazes de codificar sua própria transposase e, por isso, capazes de iniciar seu próprio movimento de transposição, são denominados autônomos. Por exemplo, o elemento de transposição Ac, encontrado no milho, é autônomo, enquanto o elemento Ds, também encontrado no milho, não o é. Entretanto, a transposase codificada por Ac pode realizar a transposição de um elemento Ds, bem como de seu próprio elemento. Os elementos Ds, neste caso, são ditos não-autônomos ou defectivos.
Figura 1. Esquema básico de um processo de transposição.