Efluentes de curtume
O Processamento de Peles
Maria Angélica Simões Dornellas de Barros, Pedro Augusto Arroyo,Departamento de Engenharia
Química/UEM, Maringá-PR-Brasil, e-mail:angelica@deq.uem.br; arroyo@deq.uem.br
Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, Escola de Química/UFRJ, CENPES/PETROBRAS,
Rio de Janeiro-RJ-Brasil, e-mail: falabella@cenpes.petrobras.com.br
Vicente Segarra – INESCOP, Valência – Espanha, e-mail: utvall@inescop.es
IV.1. Introdução
O couro constitui a pele do animal preservada da putrefação por processos denominados de curtimento, e que a tornam flexível e macia.
No curtimento é mantida a natureza fibrosa da pele, porém as fibras são previamente separadas pela remoção do tecido interfibrilar e pela ação de produtos químicos.
A seguir serão apresentados os principais aspectos do processamento de peles levando-se em consideração a fabricação de couros a partir de agentes curtentes à base de cromo até a formação do “wetblue” e operações de acabamento. Também serão abordados alguns aspectos ambientais relativos às indústrias de curtimento.
IV.2. A Pele
A pele é constituída, em sua estrutura primária, por cadeias de aminoácidos (glicina e prolina) unidos entre si. Estas cadeias de aminoácidos dão lugar à estrutura secundária em forma de hélice que interage com outras cadeias através de ligações transversais.
Esta série de interações entre as cadeias de aminoácidos dá lugar à filamentos e fibras de colágeno, que é a proteína essencial da pele. Portanto, a pele é um tecido desordenado constituído por fibras unidas entre si. Esta estrutura é responsável por importantes propriedades como uma grande resistência ao rasgamento e uma alta capacidade de absorção de água, de forma que é capaz de absorver umidade uniformemente por toda a estrutura e liberá-la depois de algum tempo.
Por outro lado, dada à sua estrutura protéica, a pele apresenta uma baixa temperatura de contração, ou seja, a pele sem curtir em água quente se contrai a uma