Eficácia e limites do domínio científico
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Eficácia e limites do domínio científico A ciência moderna ligou-se [...] à ideologia burguesa e a sua vontade de dominar omundo e controlar o meio ambiente. Nisto ela foi perfeitamente eficaz. Foi uminstrumento intelectual que permitiu à burguesia, em primeiro lugar, suplantar aaristocracia e, em segundo, dominar econômica, política, colonial e militarmente oplaneta.Durante séculos sentiu-se a eficácia desse método e os seus sucessos serviram debase às ideologias do progresso. De fato, os benefícios resultantes foram enormes: foigraças à produção da sociedade burguesa, à sua ciência e à tecnologia que a vidahumana conheceu múltiplas melhorias. Foram a ciência e a técnica que impediram queas pessoas ficassem completamente dependentes da energia, dos aspectos aleatóriosdo clima, de uma fome sempre ameaçadora e assim por diante. A civilização burguesaproduziu, para praticamente todas que se juntaram a ela, bens múltiplos, não somentepara os mais ricos, mas, pelo menos em sua última fase, para todos nos paísesocidentais. Graças a ela, a maioria da população se beneficia de um bem-estar econômico que os mais ricos poderiam sonhar há alguns séculos.Não obstante, as recentes evoluções da sociedade, os perigos da poluição, a corridaarmamentista ± em especial as armas atômicas - , os problemas da energia, entreoutros, levaram um número cada vez maior de pessoas a se questionar a respeitodessa atitude de domínio. Quando os seres humanos se constituem como senhoressolitários do mundo, em exploradores da natureza e, muitas vezes, como calculadoresem relação à própria vida, é, a longo termo, possível ainda viver?É essa atitude de domínio desejável no que se refere a todas as coisas? Em certoscampos, em todo caso, ela parece ter chegado a um fracasso. [...] Hoje, em especialcom o movimento ecológico, muitos se perguntam se a ciência e a tecnologiaacarretam sempre necessariamente a felicidade aos seres humanos.Em nossa sociedade, assistiu-se a uma espécie de revolta diante da