Efeitos sócio jurídicos
Rafaela Corrêa Basso
Direito/Manhã
A sociedade é fruto do conflito e está em constante transformação e evolução (Becker, 2008). Ainda segundo Becker, desvios e rótulos são sempre construídos em processos políticos, nos quais certos grupos conseguem impor seus pontos de vista como sendo mais legítimos que outros, assim, as sociedades possuem grupos dominantes e grupos desviantes Hoje em dia, há uma pluralidade de formas de organização, mobilização e lutas políticas. Um dos direitos mais preciosos do ser humano é o de agir e comunicar-se livremente. Em entrevista, dois jornalistas, Bibiano e Jean Lucas, afirmam que a mídia é um órgão da hegemonia. Comentam que não é possível uma pauta ser totalmente neutra, já que ela é construída através de leituras que as pessoas fazem de determinadas situações e as palavras a serem usadas, são pensadas e não fruto do inconsciente. Os jornalistas da Rede Globo não se aproximam mais das manifestações, as reportagens são realizadas de longe, devido a revolta dos manifestantes com grande parte da mídia, pela sua parcialidade, realizando uma divisão, que na realidade não existe, entre “bons” e “maus” manifestantes, “vândalos” e “pacíficos”. A mídia é um campo autônomo e influente, não sendo vista como um processo de mediação dos sentidos, mas sim como uma técnica. Em vídeo, a Rede Globo compara estudantes manifestantes à marginais, além de claramente manipularem através da edição, imagens de uma manifestação. “Esses atos de vandalismo são uma afronta ao Estado Democrático de Direito” (Jornalista/Rede Globo).
Consequências político-jurídicas dos protestos de junho
No início, entendia-se que o objetivo das manifestações que levaram milhares de brasileiros para as ruas, ocorridas em junho de 2013, fosse exclusivamente o aumento da passagem dos transportes públicos, no entanto, constatou-se que as reinvindicações e a