Efeitos diversos do curare
Origem do Curare: O Curare deriva de um grupo de plantas que os índios usavam para imobilizar os animais. O fato de não causar toxicidade em quem consumia a carne do animal envenenado, despertou o interesse de fisiologistas que o levaram para a Europa, por volta da segunda metade do século XVI, a fim de que fosse estudado o seu modo de ação. Essa primeira observação levou ao entendimento que sua forma ativa era apenas parenteral, e que se ingerido por via oral não surtia nenhum efeito.
Claude Bernard, por volta de 1850, descobriu o mecanismo de ação paralisante do curare. Em um experimento com rãs ele confirmou a ação do curare apenas na área motora, não afetando a área sensitiva.
Experiência de Claude Bernard: Em uma rã, descerebrada, ele isolou o nervo ciático fazendo, na perna direita, uma ligadura em massa, impedindo a circulação na mesma. Foram colocados eletrodos no nervo das duas patas para receberem estimulação elétrica. Para fazer o controle do experimento, estimulou direta e indiretamente ambas as patas, obtendo contração das mesmas nas duas situações. Feito isso, injetou o curare no saco linfático dorsal e esperou alguns minutos para a ação do curare surtir efeito. O próximo passo foi promover outra estimulação indireta. O resultado observado foi que, pela transmissão neuromuscular, havia contração apenas do músculo da pata direita. Entretanto, através da estimulação direta, obteve-se, novamente, contração de ambas as patas. O que se pôde concluir com o experimento, foi que o curare afeta apenas a transmissão neuromuscular do estímulo, agindo na placa motora, não afetando a resposta contrátil ao estímulo direto no músculo.
Neurobloqueadores sintéticos: A partir da década de 50, foram sintetizados quimicamente neurobloqueadores musculares a partir do curare natural. O uso do curare sintético foi de maior vantagem pois é mais rápido e mais fácil do que sua captação na natureza. Foram descobertos dois bloqueadores, a