Efeitos da Lei Seca
Num primeiro momento, a Lei Seca mostrou-se eficiente. Sua popularização mudou os hábitos dos motoristas, que passaram a se policiar em relação ao consumo de bebida alcoólica e direção. Com o passar do tempo, contudo, diversos modo de burlar a fiscalização foram sendo difundidos, desde pessoas que se negavam a realizar o famigerado “teste do bafômetro”, pautados em brechas na legislação, até pela utilização de aplicativos nos celulares, informando a outros possíveis infratores a localização exata das blitz. Uma demonstração clara da criatividade dos brasileiros em detrimento da sua própria educação.
“Você é livre para fazer suas escolhas, mas será prisioneiro das suas consequências”. Com essas palavras, o poeta chileno Pablo Neruda certamente ilustraria o cotidiano de mutias vítimas de acidentes de trânsito, especialmente os que foram em função da bebida alcoólica. Sofrimento, privações, dor e arrependimento tangem a vida dos irresponsáveis motoristas alcoolizados. Quando não matam ou invalidam outras pessoas, são os próprios vitimados pela atitude inconsequente; tudo em função da insubordinação a uma lei responsável pela redução em 6,2% da média nacional de vítimas fatais em acidentes de trânsito.
Deve-se, portanto, encarar o consumo de bebida alcoólica como a de qualquer tipo de droga. Imprimir rótulos de garrafas de cerveja com imagens das doenças oriundas do etilismo crônico, assim como o vislumbrado na indústria do cigarro, seria de grande valia. Proibir o consumo de bebidas em vias públicas,