Educação

Propomo-nos neste capítulo a perscrutar os caminhos nos quais a educação integral fez-se presente na história da educação brasileira e a importância das concepções que a fundamentaram no início do século XX. Dessa forma, ao estudo sobre o tema central desta pesquisa, a educação integral, se faz fundamental a compreensão desse conceito em uma breve abordagem histórica, mais especificamente da história da educação. Para tal, buscamos o embasamento teórico na leitura crítica de autores que se dedicam ao tema e nos debates político-filosóficos que emergem dessa busca.
Sendo assim, apontaremos, brevemente, alguns aspectos referentes às bases pedagógicas que permeiam a educação no país e que colaboraram para a formação de um pensamento pedagógico em que a educação integral se apresenta como pilar fundamental à melhoria da qualidade da educação.
O estudo da história da educação brasileira desvela importantes aspectos sobre o nascedouro da educação integral no Brasil. Costa (1995), em sua tese de doutoramento, afirma que “uma visão das funções da escola, no decorrer dos tempos, contribui com esclarecimentos a respeito da criação de escolas de tempo integral” (p. 20).
No intuito de aprofundar nossas discussões, destacamos a necessidade de partimos dos caminhos da educação na modernidade, pois, segundo Cavaliere (1996), “a generalização da escolarização no mundo ocidental liga-se intimamente aos pressupostos básicos da modernidade” (p. 65). Tendo como apogeu a Revolução Industrial, que teve início na Grã- Bretanha no século XVIII e se expandiu a outros países no século XIX, a modernidade “teve como utopia fundamental a emancipação humana” (GALLO, 2002, p. 13).
Gallo (2002) aponta que, em diferentes correntes ideológicas do século XIX, a emancipação do homem se manifestou sob múltiplas formas:

O positivismo viu nas conquistas científicas e tecnológicas a possibilidade desta emancipação; o socialismo, em seus diversos matizes, a localizou numa revolução social que pusesse