educação
Zeila de Brito Fabri Demartini1
As reflexões que se pretende abordar dentro desta temática mais ampla das questões teórico-metodológicas em História da Educação são aqui formuladas a partir da perspectiva dada por uma certa visão de ciência (e de produção do conhecimento científico), que está também relacionada à minha formação enquanto pesquisadora em outro campo do conhecimento, isto é, na Sociologia. A intenção, portanto, é a de explorar alguns aspectos que consideramos importantes no diálogo entre a pesquisa científica e estas diferentes áreas para acompreensão da educação da população brasileira. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que o processo de pesquisa é sempre muito complexo, envolvendo descobertas e impasses que devem ser analisados, isto é, colocando os pesquisadores sempre em situação de incertezas, mais do que em condições de traçar caminhos previamente definidos. Acreditamos que é esta postura aberta aos questionamentos ao longo da investigação, tão discutida por vários autores ao longo destes anos e que temos procurado desenvolver em nossas pesquisas, que nos tem permitido chegar a resultados mais fecundos e a discussões mais ricas do ponto de vista teórico-metodológico na abordagem histórico-sociológica de questões educacionais. José Mário Pires Azanha chama a atenção para a necessidade de trabalhar não com um método rígido, mas metodologicamente, isto é, refletindo sobre o desenvolvimento da pesquisa, em todas as suas etapas, com todos os seus problemas e desafios. Nesta direção, é preciso também pensar nas demandas que o objeto de investigação coloca e que caminhos se apresentam como mais promissores ao seu desenvolvimento (Azanha, 1992). Sem dúvida, tentar apreender numa abordagem sócio-histórica ou histórico-sociológica modos de vida passados e representações sobre vivências de grupos sobre os quais ainda muito pouco se pesquisou