Educação

Anencefalia: gerar ou abortar...
Tratar sobre aborto é sempre muito complicado, pois é um problema global e que vem se arrastando ao longo dos anos. No entanto, cada país busca solucioná-lo da forma mais adequada ao meio em que vive. As leis são claras, mas todas apresentam pontos comuns, sempre partem de uma visão histórica, moral, religiosa e cultural de cada país. A anencefalia é uma malformação congênita, resultante de defeito de fechamento do tubo neural, este defeito ocorre por volta do vigésimo quarto dia após a concepção. O diagnóstico da anencefalia é claro e não existem possibilidades de erro. Seu diagnóstico pode ser feito a partir do terceiro mês de gestação, através da realização de ultra-sonografias. Isso porque o feto portador de anencefalia apresenta uma característica única e inconfundível: ele não possui os ossos do crânio, ou seja, a partir da parte superior da sobrancelha não há osso algum. Além do exame visual, pode ser feito o exame biológico, que através da análise dos níveis de alfa-fetoproteína no soro materno e no líquido amniótico. Estes níveis, da décima primeira até a décima sexta semana de gravidez, sempre aumentam em gestações de anencefálicos.
A gestação de um feto portador deste defeito congênito não é nada tranqüila para a futura mãe. Isso porque os efeitos psicológicos que uma gestação deste tipo provoca são intensos e devastadores para os sentimentos maternos e de sua família em geral. Imagine a situação psicológica dos pais, em especial da mãe, que fazem planos para seu filho, enxoval, discutem e planejam o nome do bebê, imaginam as características físicas e psicológicas que terá quando nascer e, de repente, descobrem que o feto não possui qualquer tipo de chance de sobrevida (extra-uterina), mas, ao contrário, que tem grandes chances de morrer ainda no ventre materno. É inegável que os efeitos psicológicos sobre esta família, principalmente para esta mulher, são terríveis e inimagináveis. Isto sem mencionar que a gestação