Educação e participação política
Referindo-se à sociedade democrática John Dewey (1979) entende que "essa sociedade deve adotar um tipo de educação que proporcione aos indivíduos um interesse pessoal nas relações e direções sociais, e hábitos de espírito que permitem mudanças sociais".
A proposta de uma educação para a cidadania pretende contribuir para fazer de cada indivíduo um agente de transformação da comunidade onde vive. A partir da reflexão sobre a sua realidade social, o indivíduo poderá identificar os fatores históricos e econômicos que promovem quadros de miséria e exclusão.
A educação cidadã, formadora de consciências democráticas, tem na escola, em seus diferentes graus de ensino, o ambiente adequado para a consolidação de uma cultura de participação.
Segundo Freire (2001) "a prática educacional não é o único caminho à transformação social necessária à conquista dos direitos humanos, contudo acredito que, sem ela, jamais haverá transformação social"
.No mesmo sentido, Olivier Reboul (1984) assinala: "se a educação não pode tudo, só ela pode ir contra a raiz da desigualdade, que é a diferença de instrução".
Enfim, vale ressaltar ainda a posição de Pedro Demo (2002): "para que a população compreenda, finalmente, que a exclusão política e econômica das maiorias é injusta, historicamente produzida e mantida, necessitamos de uma escola pública que lhe mostre isto criticamente e instrumente-a adequadamente para a luta histórica".
Resta-nos indagar em que sentido a escola vem promovendo nos alunos a adesão a valores democráticos, tais como o direito de organização e manifestação, a tolerância com minorias, a defesa da liberdade de opinião e o interesse por participação na vida política.
Se considerarmos que educar para a cidadania significa formar indivíduos que conheçam seus direitos, suas garantias e suas obrigações, cabe indagar de que forma isto se concretiza na prática escolar. Capacitar alunos para o exercício consciente da participação