Educação e Confessionalidade
Prof. Amós Nascimento
A tensão entre educação e confessionalidade Duas teses caracterizam o nosso ponto de partida. A primeira tese, de que o metodismo é um movimento eminentemente educacional que atualiza a tarefa apostólica de “ir e ensinar”, tem sido repetida muitas vezes e é utilizada para corroborar a possibilidade de uma conexão original e intrínseca entre educação e confessionalidade. A segunda tese, igualmente notória, afirma a necessidade de se pensar um projeto pedagógico que explicite a questão da confessionalidade sem esquecer a questão da política nacional para a educação e os desafios desta numa época de globalização econômica e cultural. Ao discutir a temática indicada acima sob um ponto de vista filosófico devemos partir destas teses, mas uma correção e generalização inicial é necessária, pelo menos para se dar um outro tom às mesmas e incluí-las numa perspectiva mais abrangente. Proponho então uma terceira tese, que deve orientar a nossa discussão: a articulação consistente entre educação e confessionalidade não é nata nem estática, pois estes dois âmbitos estão em constante transformação e só podem ser relacionados por meio de uma filosofia da educação que privilegie a reflexão constante sobre a realidade na qual estamos inseridos. Tal filosofia implica, porém, uma visão ampla e ideal que seja capaz de abarcar as idiossincrasias e os pontos convergentes da história educacional brasileira em particular e da confissão metodista em geral.
Essa declaração, que é decididamente programática e por isso mesmo deve ser vista mais como uma esperança do que como fato, pode ser lida de muitas maneiras, mas o problema maior surge quando nos limitamos a somente uma das duas perspectivas que ela implica. Este problema, quero eliminá-lo desde o início: quando se parte de interesses reais muito particulares e contingentes para então