educação publica
Estudei em escola pública praticamente a vida inteira – excetuando a primeira série, porque fui alfabetizado cedo e escolas estaduais não aceitavam matrículas antes dos 7 anos; a sétima série, quando ganhei uma bolsa; e o cursinho pré-vestibular, que paguei com metade do salário mínimo que ganhava por mês como auxiliar de contabilidade. De resto, do jardim de infância à formatura em jornalismo, estive na escola pública.
Minha maior reclamação era em relação à estrutura, claro. Na escola onde fiz a maior parte do primeiro grau, em Porto Alegre, certa vez uma tábua desabou do forro entre duas filas de carteiras. A estrutura foi decaindo gradualmente. Lá por 1988, por algum motivo, a biblioteca fechou. Meus irmãos mais novos não puderam aproveitar a biblioteca tanto quanto eu pude. A quadra esportiva não era coberta, mas nos anos 80 tomar uma chuvinha de vez em quando não era nenhuma calamidade como parece ser hoje.
Na escola onde fiz o segundo grau, o ensino era excelente; o problema era a disponibilidade dos professores. Nos dois anos em que estudei à noite, a falta de docentes para algumas disciplinas – especialmente as mais técnicas. Acho que tive quatro professores diferentes de Contabilidade e Custos em dois anos.
Greves dos professores eram uma constante desde sempre, aliás.
A primeira que peguei foi em 1985, quando eu estava na terceira série. Durou três meses, salvo engano. Uma eternidade aos oito anos. Lembro de uma tarde em que estava de bobeira em casa por causa da greve e o então presidente José Sarney entrou em rede nacional anunciando a mudança da moeda, do cruzeiro para o cruzado. Fiquei impressionadíssimo.
A última greve que peguei foi em 2002, quando eu estava tentando terminar a faculdade de jornalismo na Universidade