Educação Profissional
Embora a maioria das pessoas não se dê conta disso, o modo como se organiza a produção, em cada época histórica, repercute na organização dos processos educativos.
O próprio marco inicial da educação no Brasil é um exemplo disso. Somente quando foi necessário – ou interessante – expandir os mercados para além da Europa, os países daquele continente foram tomando posse de novas terras, fornecedoras de matéria- prima e de consumidores.
A educação formal foi trazida ao Brasil pelos jesuítas, ainda no século XVI.
Historicamente, as práticas escolares ligadas à Igreja Católica fizeram parte da história da escolarização brasileira, de acordo com Manfredi (2002). É importante mencionar o papel que o sistema jesuítico de educação desempenhou durante o período colonial, pois, além de catequizar os índios, os jesuítas também foram os primeiros a construírem escolas para os colonizadores, sendo que, em muitas delas, prevaleciam as práticas educativas informais de qualificação para o trabalho:
Nas oficinas existentes nos colégios espalhados pelos diferentes pontos do
Brasil, os irmãos-oficiais exerciam e ensinavam ofícios ligados a atividade de carpintaria, de ferraria, de construção de edifícios, embarcações, de pintura, de
Revista Intersaberes | vol.7 n.13, p. 81 - 110 | jan. – jun. 2012 | ISSN 1809-728684
Educação profissional no Brasil produção de tijolos, telhas, louças, etc., de fabricação de medicamentos, de fiação e de tecelagem (MANFREDI, 2002, p. 69).
Assim, é possível verificar a intensa atividade dos jesuítas no ensino dos diversos ofícios no Brasil colonial: “em meados do século XVIII, os jesuítas mantinham no Brasil 25 residências, 36 missões, 17 colégios e seminários” (Cunha apud Manfredi, 2002, p. 74).
Segundo Savini (2008), os jesuítas estenderam suas ações praticamente ao longo de todo o território conquistado pelos portugueses, fazendo que a educação por eles organizada viesse a ser