Educação, políticas públicas, neoliberalismo
A EDUCAÇÃO SOB O ENFOQUE DO NEOLIBERALISMO E DA GLOBALIZAÇÃO Morgana Iglesias Costa1
I - INTRODUÇÃO
A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda demonstra sua centralidade na hegemonia das idéias liberais sobre a sociedade, como reflexo do forte avanço do capital sobre a organização dos trabalhadores na década de 90. A intervenção de mecanismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial, aliada à subserviência do governo brasileiro à economia mundial, repercute de maneira decisiva sobre a educação. Em contrapartida, a crise do sistema capitalista de produção é uma realidade patente aos olhos daqueles que pensam de forma crítica e não se subordinam a receber o "conhecimento" ardilosamente manipulado, reestruturado e muito bem elaborado pelas elites dominantes, detentoras do poder político, econômico e, de certa maneira, cultural da sociedade atual. A não solução dos problemas sociais, aliada às tensões socio-políticas oriundas da adesão das elites industriais brasileiras ao capitalismo internacional, forçaram a burguesia a revisar suas fontes teóricas adotadas anteriormente, visando à criação de uma nova base teórica capaz de "justificar" sua dominação e opressão. Muito bem revista, a fonte teórica burguesa incorpora o pensamento monetarista, surgindo, assim, o grande filão, o Neoliberalismo, conhecido também como "modernidade". Com ele, aparece a qualquer custo, inclusive e especialmente dos mais pobres, não só materialmente, mas também intelectualmente, a chamada Globalização da Economia, meio através do qual a burguesia expande rapidamente sua mais nova ideologia. É claro que tais medidas visam a garantir os privilégios sempre obtidos pelos detentores do poder político-econômico na história do nosso planeta e, naturalmente, para que estas medidas sejam bem recebidas, precisarão encontrar uma educação já pré-manipulada para os interesses da classe dominante; o que certamente já está ocorrendo. A exclusão social só não é mais explícita aos