Educação Piora
básica e seus agentes têm se mostrado bastante sensíveis aos incentivos criados pelo governo
federal, o que é confirmado pela “resposta” rápida ao Fundef (ampliação da matrícula no
ensino fundamental) e aos programas específicos voltados à permanência da criança na escola
(Bolsa Escola, Bolsa Família, entre outros).
Todavia, a estagnação dos indicadores de fluxo escolar do ensino fundamental verificada
nos últimos anos sugere que os efeitos iniciais do Fundef perderam fôlego, indicando
claramente
os limites de uma estrutura de incentivo baseada exclusivamente no quantitativo de
matrículas.
A garantia de repasse de recursos com base no número de alunos atendidos,
independentemente
do desempenho de indicadores de qualidade e produtividade, parece ter gerado acomodação
dos agentes responsáveis pelas redes de ensino fundamental público.
Esta constatação deve ser devidamente considerada na implementação do Fundeb, a partir
deste ano, e na revisão dos mecanismos de transferência voluntária do MEC. Uma ideia a ser
explorada seria a de atrelar a alocação mínima aceitável por aluno a indicadores de eficiência,
como aprovação, conclusão e desempenho, considerando, para não gerar distorções, não o
valor
bruto do indicador, mas a sua melhoria ao longo do tempo.
De fato, a atual situação da educação básica brasileira é consequência direta da baixa
qualidade
da oferta e do contexto em que ela se dá. A análise e compreensão desse quadro, visando
sua reversão, deve levar em conta o fato de que a qualidade da educação traz implícitos
múltiplos
significados. O exame da realidade educacional, com seus diferentes atores individuais e
institucionais, evidencia quão diversos são os elementos para qualificar, avaliar e precisar a
natureza,
as propriedades e os atributos desejáveis do processo educativo,