Educação para a morte
Educação para a Morte
Education for death
Maria Julia Kovács Universidade de São Paulo
Experiência
PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2005, 25 (3), 484-497
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PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2005, 25 (3), 484-497
Resumo: A morte faz parte do desenvolvimento humano desde a mais tenra idade e acompanha o ser humano no seu ciclo vital, deixando suas marcas. Como preparar pessoas para esse fato tão presente na existência? Esse desafio é ainda mais urgente para os profissionais de saúde e educação. Perguntas têm assoberbado a humanidade, e respostas foram trazidas pelas religiões, ciências, artes, filosofias, entretanto, nenhuma delas é completa e universal. É sobre esses questionamentos e reflexões, sobre a busca de sentido à vida que a morte pode oferecer, sobre essa característica ou qualidade humana de questionamentos, de autoconhecimento, que pretendemos falar. A educação é entendida como desenvolvimento pessoal, aperfeiçoamento e cultivo do ser, que também pressupõe uma preparação para a morte, envolvendo comunicação, relacionamentos, perdas, situações-limite, como, por exemplo: fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte. Serão discutidas várias propostas de educação para a morte tanto para o público leigo quanto para os profissionais. Palavras-chave: morte, educação, profissionais de saúde e educação, luto. Abstract:Death is part of the human development since the first years of life and goes along with the human being throughout the existence, leaving its marks. How could we prepare people to this subject so important in life? This is a challenge even more urgent to health and education professionals. Many questions overwhelm Humanity and answers are given by religions, sciences, arts and phylosophy, but none is universal. We shall consider these questions and reflections, the search for meaning, about life that the questions about death promote. Education here is understood as