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en consegue um emprego de professor na penitenciária Riker Island. Nesta, o novo professor conhece Gabriel, um traficante de drogas de 17 anos. As vidas dos dois se fundem através da poesia e da realidade grotesca do mundo do crime.

O filme de Charles Winkler, “Os Acorrentados”, é uma mescla entre arte e violência, poesia e criminalidade. Nele a arte encontra um de seus papéis fundamentais: a denúncia.

O filme mostra jovens que estão acorrentados, mas não por algemas comuns, e sim por uma espécie de algema invisível que podemos chamar de mentalidade. A mentalidade é a forma comum de se pensar e ver as coisas que nos circundam e que determina nosso comportamento e, portanto, a nossa própria vida.

A mentalidade social vai nos acorrentando de uma forma lenta e gradual e quando menos percebemos estamos totalmente acorrentados por ela. Diversos fatores colaboram para a formação de uma mentalidade social, como a economia, os costumes, estrutura familiar, os meios de comunicação, etc.

Mas entre todos os fatores de criação da mentalidade a arte é um dos mais importantes. Ela é, muitas vezes, menosprezada pela maioria das pessoas e justamente por isso uma das mais eficientes. A arte geralmente é vista como supérfluo e sem importância. Mas não podemos nos esquecer de que ela cria uma forma de pensar e ver o mundo.

Podemos nos questionar que tipo de mentalidade temos se um dos maiores sucessos tocados nas rádios é a música de Michel Teló “Ai Se Eu Te Pego”? Que tipo de pensamento se gera com “Pega Eu”, de Fernando e Sorocaba? Será que as músicas de Mc Florzinha “Até Fica Inchada”, ou “Coração Teimoso”, de Saia Rodada, colaboram para que as pessoas tenham uma visão crítica do mundo em que estão vivendo?
O que esperar de um público que assiste nos cinemas a “Transformers: O lado oculto da Lua”, “Piratas do Caribe 4: Navegando em águas misteriosas”, “Kung Fu Panda 2” ou o filme “A Saga Crepúsculo: Amanhecer Parte 1”?

O que podemos aguardar das pessoas que