EDUCAÇÃO NÃO É COMODITIE
Uma velha prerrogativa do sistema industrial, já secularmente concretizado, é a dinâmica do investimento no sistema à revelia do investimento na mão de obra, o sistema, no caso, o educacional, assim como o mercado, dita as ações, transformando a sua complexidade multifacetada num medíocre by-pass, interligando unilateralmente o professor paranóico-repetidor ao a-luno histérico-inerte. As crudelíssimas relações de poder verticais-descendentes, descarregam axialmente uma descomunal agenda de cobranças que encontra acúmulo nas confusas cabeças depressivas de nossos jovens.
O foco de todo o processo é o conteúdo e não o estudante. Materializado nos sistemas apostilados de ensino, as várias editoras do setor, deram vida a uma hidra monstruosa de várias cabeças e o mesmo e devastador poder de suprimir a capacidade de raciocínio próprio de todos os envolvidos diretos na construção do ser por-si. Contrariando toda a experiência acumulada na história da educação da humanidade, desde a Paidéia grega, passando pelos velhos clássicos Jean Piaget e Lev Semenovitch Vygotsky, conhecidos de todo e qualquer professor que ao menos deu-se ao trabalho de ler uma ou duas páginas nas fotocópias das entediantes aulas de licenciatura, chegando-se aos cientistas da educação mais próximos a nós (e tão pouco conhecidos), Francisco Imbernón, Saturnino De La Torre e Isabel Alarcão, esses sistemas de deseducação obrigam aqueles que podem andar com suas próprias pernas a utilizarem muletas, produzindo nas gerações de jovens, e nos futuros adultos, um hospedeiro cerebral que vai corroer lentamente toda a humanidade que ainda lhes restar.
Essa lógica de mercado acabou dando ênfase e subsídios de várias espécies a criarem-se centros de treinamento de crianças de fazer inveja a imaginação que