educação inclusiva
Município de Passos/MG
Neuza Maria Funchal Paiva*
Educação: direito fundamental de cada cidadão, garantido pela lei maior, a Constituição Federal, resguardado também pela Lei de Diretrizes e Bases e Estatuto da Criança e do Adolescente.
O texto que descreverei abaixo é um prelúdio da experiência que nos remeterá à etapa inicial da Educação Inclusiva em nosso município; vivência assaz e significativa no percurso de uma trajetória cheia de anseios, medos e buscas, entretanto, edificante e verdadeira saga vivida por uma menina chamada Pollyane.
No ano de 1991, uma recém formada professora, a professora Zâine, inexperiente, fora designada para assumir uma sala de aula com turmas multiseriadas, em uma distante zona rural. Na época fora procurada por um pai que desejava matricular sua filha, que já havia freqüentado dois anos em uma escola para deficientes mentais, na qual não aprendera nada. Questionado se a criança era portadora de problemas mentais, o pai respondera que ela era deficiente visual.
A professora disponibilizou a vaga para Pollyane na escola e se surpreendeu com a inteligência daquela menina.
As dificuldades foram muitas...
Caminhavam, se é que se pode dizer caminhavam pois Pollyane era arrastada pela professora, por doze quilômetros para chegar até a escola; as estradas eram intransitáveis pelos veículos. A linha não possuía transporte escolar nem ônibus de passageiros.
Em sala de aula, Pollyane participava de todas as atividades demonstrando sua grande vontade de aprender, assim como os demais colegas.
Preocupada em atender todas as crianças, e em especial Pollyane, Zâine levava seus cadernos e transcrevia com letras grandes, traçadas em três linhas, as atividades do livro didático e os outros exercícios que ela passava no quadro negro para os outros alunos. Pollyane não enxergava, não tinha a visão perfeita como seus colegas e compensava esta deficiência resolvendo as situações problema e os