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NOTAS SOBRE A FORMAÇÃO DO HABITUS DA LEITURA E DA ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Andréa Pavão
Doutora em Educação pela PUC-RJ, ministra oficinas de leitura e de escrita para crianças, jovens e adultos e, atualmente, leciona na Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Eu ainda não sabia ler e já reverenciava essas pedras erigidas em pé ou inclinadas, apertadas como tijolos nas prateleiras da biblioteca ou nobremente espacejadas em aleias de menires, eu sentia que a prosperidade de nossa família dependia delas. (.)
Eu ainda não sabia ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros.
(Sartre, 2000:31-33)
O objetivo deste texto é refletir sobre o papel da escola, especialmente a destinada às camadas populares, na apropriação do habitus da leitura e da escrita entre crianças da educação infantil que ainda não estão empenhadas cognitivamente em compreender o que a escrita representa e como se dá este sistema de representação, suas regras de produção tanto conceituais quanto formais.
Partindo das reflexões de Emilia Ferreiro sobre os processos de alfabetização, em que a autora desloca a discussão do eixo da "batalha dos métodos" para os processos cognitivos das crianças e suas variadas hipóteses, argumenta-se que, para mobilizar suas competências cognitivas em direção à compreensão do sistema alfabético de escrita, é indispensável que o alfabetizando visione na cultura escrita, possibilidades e funções extraescolares que o motivem, estabelecendo uma relação estreita e de "necessidade" entre ler e escrever e os diversos objetos de leitura e de escrita. Defende-se, ainda, que a construção desta necessidade deve-se formar na educação infantil, não por meio de exercícios de coordenação motora ou contatos iniciais com as letras do alfabeto e seu valor sonoro, mas principalmente pela mediação com adultos que de fato leem e