Introdução A exposição mediática da Ginástica Artística brasileira vem crescendo de modo significativo, especialmente a partir de 2000, a medida que os resultados competitivos nos eventos internacionais deram maior visibilidade para a modalidade (CARVALHO, 2007). Grande parte desta exposição se faz por meio da imagem dos atletas mais destacados, vinculada por patrocinadores e pela mídia especializada, como destacam Oliveira e Bortoleto (2009) e Lopes e Nunomura (2007, p.180). Faz-se necessário, antes de nos aprofundarmos na discussão deste fenômeno, destacarmos alguns desses bons resultados citados acima. O primeiro grande resultado na década de 2000 foi obtido pela ginasta Daniele Hypólito, ao conseguir o melhor desempenho da história da ginástica brasileira até então, nas Olimpíadas de Sydney em 2000. Nesta ocasião e com apenas 15 anos, a ginasta alcançou o 21º. lugar na competição individual geral, além do 17º nas barras assimétricas e no solo e o 16º na trave de equilíbrio. No ano seguinte, conquistou a primeira medalha da história do país em Campeonatos Mundiais, a prata no aparelho solo, em Gante na Bélgica (2001). Neste mesmo evento, a ginasta Daiane dos Santos obteve a quinta colocação também no solo. Por outro lado, Daiane dos Santos já tinha alcançado o reconhecimento a partir de suas conquistas obtidas nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá) em 1999, apesar de não se classificar para as Olimpíadas de Sydney-2000. Em 2002, na etapa da Copa do Mundo em Cottbus, na Alemanha, Daniele Hypólito foi campeã nos exercícios de trave. No ano seguinte, foi a equipe feminina quem chamou a atenção dos meios de comunicação ao conquistar, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, a medalha de bronze. Esta ascensão da Ginástica Artística Feminina (GAF) foi coroada com a conquista, por Daiane dos Santos, da medalha de ouro no aparelho Solo no Campeonato do Mundo de Anaheim (EUA) em 2003, fato até então inédito para a modalidade. A