Educação física x educação infantil
CDD. 20.ed. 613.707
REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL1 Eliana AYOUB*
As discussões em torno da educação física na educação infantil vêm se intensificando desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB no. 9.394/96). De acordo com a nova LDB (Art.26, § 3o.), “A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. Podemos considerar que a sua inserção curricular na esfera da educação infantil significa um avanço para o ensino da educação física (Sousa, Vago, 1997, 125). No entanto, sabemos que a construção de uma educação pública, democrática e de qualidade, da qual a educação física seja parte integrante, não depende exclusivamente de leis, mas também, e fundamentalmente, de políticas e ações governamentais que garantam as condições objetivas para a sua concretização. Nesse sentido, ainda temos muito o quê refletir a respeito do espaço da educação física na educação infantil. Um dos pontos essenciais dessa reflexão diz respeito à organização geral do currículo das creches e pré-escolas, levando em consideração a indissociabilidade entre educação e cuidado (educar e cuidar) no sentido de se buscar uma superação da dicotomia educação/assistência no trabalho com a criança de zero a seis anos de idade. Em linhas gerais, observamos que alguns estudos propõem uma organização afinada com os princípios de uma pedagogia voltada para a experiência e para o interesse da criança, na qual compete à professora2 “generalista” o desenvolvimento das diversas atividades curriculares. Outros estudos sugerem uma organização mais próxima do modelo escolar e centrada em disciplinas. Nesse caso, juntamente
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com a professora “generalista”, aparece a figura da professora “especialista”, com formação em diferentes áreas de conhecimento (como a Educação Física, por exemplo)